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terça-feira, 30 de março de 2010

Etnocentrismo
O etnocentrismo é a tendência a observar o mundo desde a perspectiva particular do povo e cultura a que se pertence. Pode-se definir o etnocentrismo como uma atitude individual ou colectiva que coloca a etnia da qual se faz parte como eixo central de uma determinada interpretação ou concepção do mundo, sem necessáriamente conduzir à crença de que a sua própria raça ou grupo étnico são superiores aos demais povos e raças que compõem a humanidade.
Antropólogos como Franz Boas ou Bronislaw Malinowski representam o sector anti-etnocêntrico da antropologia, veiculando nas suas obras que a ciência deverá transcender o etnocentrismo do cientista, desenvolvendo o princípio do relativismo cultural.
Contudo, o teórico Guillaume Faye definiu o etnocentrismo na obra Pourquoi nous combattons. Manifeste de la résistance européenne, L’Æncre, 2001 como sendo a «Convicção mobilizadora, própria dos povos que perduram na história, que define a etnia à qual se pertence como um eixo central e superior, devendo-se para tal conservar a sua identidade étnica a fim de se perpétuar na história.
Verdade ou falso “objectivamente”, pouco importa: o etnocentrismo é a condição psicológica da sobrevivência de um povo (ou mesmo de uma nação) na história. Esta última não é o campo da objectividade intelectual, mas o da vontade de poder, da competicão e da selecção. Vaticinações escolásticas para saber se “a superioridade em si existe ou não existe” são totalmente irrelevantes. A convicção íntima de ser superior e de estar no seu direito inerente é indispensável à acção e ao sucesso na luta pela sobrevivência.»
O etnocentrismo é a atitude pela qual um indivíduo ou um grupo social, que se considera o sistema de referência, julga outros indivíduos ou grupos à luz dos seus próprios valores. Pressupõe que o indivíduo, ou grupo de referência, se considere superior àqueles que ele julga, e também que o indivíduo, ou grupo etnocêntrico, tenha um conhecimento muito limitado dos outros, mesmo que viva na sua proximidade.
O termo etnocentrismo foi utilizado pela primeira vez por W. G. Sumner (1906), e corresponde à atitude pela qual os hábitos ou comportamentos próprios são acriticamente encarados como sendo indiscutivelmente superiores aos hábitos ou comportamentos de outrém. É a atitude pela qual um indivíduo ou um grupo toma como referência os valores partilhados no seu próprio grupo, quando avalia os mais variados assuntos. É uma atitude que encara o próprio grupo como se fosse o centro da realidade. O termo é também utilizado para criticar os cientistas sociais que apresentam visões acusadas de estreitas e preconceituosas acerca dos grupos ou sociedades estudados.
Cultura diz respeito a humanidade como um todo e ao mesmo tempo a cada um dos povos, nações, sociedades e grupos humanos
Relativizar é sempre mais complicado, pois nos leva a abrir mão das "certezas" etnocêntricas em nome de dúvidas e questões que obrigam a pensar novos sentidos para a compreensão da sociedade do "eu" e da sociedade do "outro".
Na cabeça de alguns, folclore é tudo o que o homem do povo faz e reproduz como tradição. Na de outros, é só uma pequena parte das tradições populares.
RESUMO
O presente Semi-artigo é fruto das reflexões do Seminário com os temas Etnocentrismo, Cultura e Folclore, este artigo tem por objetivo analisar os três
________________________
*Semi-artigo apresentado a Prof.Luciana Leitão, da disciplina Estudos Sócio-antropológicos do Curso de Letras Vernáculas, da Universidade do Estado da Bahia - UNEB -Campus XXI, como requisito para complementação de nota.
**Discente do segundo semestre, vespertino – UNEB, militante da pastoral da juventude
conceitos e como eles são tratados nas pesquisas sócio-antropológicas, e o relativismo que é necessário quando se aborda os três conceitos supracitados.
PALAVRAS-CHAVE
Etnocentrismo, Folclore, Cultura, relativismo, pesquisador.
INTRODUÇÃO
Cultura, etnocentrismo e folclore são termos que se completam nas pesquisas Sócio-antropológicas, existem relações sociais envolvidas quando são abordados esses temas, analisaremos neste semi-artigo como são abordados e qual a contribuição dos autores por nós estudados para que possamos compreender melhor esses temas.
Nosso Semi-artigo é composto apenas de uma parte e para fazer essa análise ao seguinte suporte teórico:BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é Folclore. São Paulo: Brasiliense, 1982; ROCHA, Everardo P.Guimarães. O que é etnocentrismo. São Paulo: Brasiliense, 1988; SANTOS, José Luiz dos. O que é cultura. 16ª ed. São Paulo: Brasiliense, 2006.
O conceito atual que as pessoas têm de cultura é contraditório, elas tratam cultura como conhecimento aprofundado e ou acadêmico, diz-se assim que alguém culturalizado é uma pessoa que tem conhecimento aprofundado sobre algo, cultura é muito mais complexo que essa explicação simplista e até mesmo preconceituosa, falar de cultura é falar das realizações da mão humana, ela faz parte da construção social, dos modos de vida de uma sociedade, por isso há as particularidades de cada sociedade, os traços culturais, que são pequenos elementos que descrevem uma determinada cultura, podem levar a valorização ou não de uma cultura, eles podem ser referencias para julgamento do valor desta.
Cada povo, sociedade e grupos humanos possuem sua própria cultura, que por vezes tem características que coincide com de outras culturas, mas possuem também diversas particularidades. Cultura não é algo estático, nem definido, ela está em constante mudança e adaptação à realidade.
Algo que possui valor em uma determinada sociedade, em outra pode ser estranho e até mesmo constrangedor, tomamos como exemplo o fato de os pescoços longos das mulheres-girafas na Birmânia, nos parece bastante estranho e até mesmo absurdo, no entanto, para aquela sociedade, quanto maior o pescoço das mulheres mais belas elas são, isso nos mostra que em cada cultura os seus traços e elementos culturais representam algo, tem valor específico, que por vezes, só é compreendido por quem faz parte.
Quando tratamos de cultura, é necessário fazer a relação cultura Erudita X Cultura popular, a primeira sendo a valorizada pela sociedade, considerada bonita, importante, possuindo bom gosto cultural quem a aprecia. A cultura erudita esteve sempre relacionada à classe dominante, ao domínio do conhecimento e poder, dessa forma, a boa musica, a arte de qualidade, obras artísticas em geral e conhecimento são tidos como específicos desta classe, e essa cultura vista como superior , e por vezes, até como única, isso explica o fato de , por diversas vezes ao ouvir uma música consagrada e reconhecida como erudita , ouve-se a expressão : "isso sim é cultura" , assim como quando se ouve uma música popular , criada e transmitida oralmente pelo povo, há o preconceito de julgá-la ultrapassada, e sem valor cultural.
A cultura popular, por sua vez, é construída pelas manifestações do povo, suas crenças, costumes, diz respeito a vida dele; enquanto a cultura erudita refere=-se a classe dominante alta, a cultura popular esta relacionada às classes subalternas, sendo por isso, desvalorizada.Uma das formas de manifestações populares se da com o Folclore, este tem como característica principal a tradicionalidade, que manifesta sua expressão nas crenças, e na reprodução das tradições do povo, geralmente com a forma de transmissão oral, o folclore pode sofrer mudanças, já que cada geração pode acrescentar algo na manifestação, também podendo haver adaptação desta ao local onde ela é realizada, no entanto, as raízes, tradições são mantidas e procura-se ter sempre em mente o motivo de sua realização, dessa forma, nenhuma manifestação folclórica deixa de existir , e sim, é realizada sob outra roupagem, adaptada á realidade , o que não a descaracteriza como folclore.
Tanto na cultura erudita, quanto nas manifestações folclóricas, há a utilização de mecanismos para que sejam mantidas as particularidades dessas formas de cultura, isso se dá com o etnocentrismo, que consiste em uma visão da cultura do "outro" a partir da cultura do "eu", o que leva a enxergar a cultura que um Indivíduo pertence, como superior, desprezando dessa forma, as demais, essa visão geralmente é carregada de estereótipos.
Se por um lado, na cultura erudita o etnocentrismo aparece impossibilitando que se valorize o folclore; por outro lado, no folclore ele aparece como forma de preservar a tradição, impedindo que se percam os traços culturais próprios dessa manifestação.
Diante das questões abordadas a respeito dos três conceitos citados, cabe um questionamento: qual deve ser a visão do pesquisador nas pesquisas referentes a estes temas?
Faz-se necessário que ele tenha uma visão relativizadora,pois a posição cultural relativista tem como ideal que as pessoas tenham um modo de vida exclusivo, com sistemas de valores próprios. O pesquisador deve perceber que quando se trata de cultura tudo é relativo, o relativismo cria condições de controle de uma visão etnocêntrica, o pesquisador deve buscar ser isento desta, identificando na pesquisa as relações de poder presentes quando se trata de cultura.
Etnocentrismo é a tendênia de considerar as normas e valores da própria sociedade ou cultural como critério de avaliação de todas as demais
Essa avaliação é, por definição, preconceituosa, feita a partir de um ponto de vista específico. Basicamente, encontramos em tal posicionamento um grupo étnico considerar-se como superior a outro. Do ponto de vista intelectual, etnocentrismo é a dificuldade de pensar a diferença, de ver o mundo com os olhos dos outros.
O fato de que o ser humano vê o mundo através de sua cultura tem como consequência a propensão em considerar o seu modo de vida como o mais correto e o mais natural. Tal tendência, denomindada etnocentrismo, é responsável em seus casos extremos pela ocorrência de numerosos conflitos sociais.
Não existem grupos superiores ou inferiores, mas grupos diferentes. Um grupo pode ter menor desenvolvimento tecnológico (como, por exemplo, os habitantes anteriores aos europeus que residiam nas Américas, na África e na Oceania) se comparado a outro mas, possivelmente, é mais adaptado a determinado ambiente, além de não possuir diversos problemas que esse grupo "superior" possui.
A tendência do ser humano nas sociedades é de repudiar ou negar tudo que lhe é diferente ou não está de acordo com suas tendências, costumes e hábitos. Na civilização grega, o bárbaro, era o que "transgredia" toda a lei e costumes da época; este termo é, portanto, etimologicamente semelhante ao selvagem na sociedade ocidental.
O etnocentrismo é de fato, um fenômeno universal. É comum a crença de que a própria sociedade é o centro da humanidade, ou mesmo a sua única expressão.
O costume de discriminar os que são diferentes, porque pertencem a outro grupo, pode ser encontrado dentro de uma sociedade. Agressões verbais, e até físicas, praticadas contra os estranhos que se arriscam em determinados bairros periféricos de nossas grandes cidades é um dos exemplo.
Incluem-se aqui as pessoas que observam as outras culturas em função da sua propria cultura, tomando-a como padrão para valorizar e hierarquizar as restantes.
Comportamentos etnocêntricos resultam também em apreciações negativas dos padrões culturais de povos diferentes. Práticas de outros sistemas culturais são catalogadas como absurdas, deprimentes e imorais.
O Etnocentrismo lembra-se que se compara uma cultura a outra mais deixando assim uma mais relevante e outra mais baixa ( o observador é um não participante )
BIBLIOGRAFIA:
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é Folclore. São Paulo: Brasiliense, 1982.
LARAIA, Roque de Barros. Cultura, um Conceito Antropológico. Jorge Zahar Editor. 22ª edição. Rio de Janeiro
ROCHA, Everardo P. Guimarães. O que é etnocentrismo. São Paulo: Brasiliense, 1988.
SANTOS, José Luiz dos. O que é cultura. 16ª ed.: São Paulo, Brasiliense, 2006, p.8

Identidade sexual
A identidade sexual (ver Escala de Orientação Sexual de Harry Benjamin) indica a percepção individual sobre o gênero (e.g. masculino e feminino) que uma pessoa percebe para si mesma. Assim como o termo sexo pode assumir várias interpretações costuma-se separar orientação sexual do conceito de identidade sexual. O termo identidade de gênero aproxima-se da identidade sexual mas também mantém diferenças conceituais significativas.
[editar] Relação entre Identidade sexual e orientação sexual
A identidade sexual pode ser exclusivamente masculina ou feminina. Também pode manifestar uma mistura entre a masculinidade e feminidade, admitindo várias categorias entre homossexualidade com inversão sexual de papéis de gênero, travestibilidade e transexualidade. A identidade sexual difere em conceitos da orientação sexual pois a identidade sexual fundamenta-se na percepção individual sobre o próprio sexo, masculino ou feminino percebido para si, manifestado no papel de gênero assumido nas relações sexuais e a orientação sexual fundamenta-se na atração sexual por outras pessoas. Difere também da identidade de gênero no sentido em que a identidade de gênero está mais correlacionada com a maneira de se vestir e de se apresentar na sociedade enquando a identidade sexual correlaciona-se mas diretamente com o papel de gênero sexual. Algumas vezes considera-se que um transexual do biotipo masculino, cuja orientação sexual é somente por homens e que se relacione sexualmente apenas no papel feminino, possa ser considerado heterossexual. Nos casos mais comuns, homens e mulheres identificam-se no biotipo sexual natural, sem manifestar desejos pela transgenereidade.
[editar] Identidade sexual como transtorno de identidade
Enquanto a orientação sexual não-heterossexual foi removida da lista de doenças mentais nos EUA em 1973; e do CID 10 (Clasificação Internacional de Doenças) editado pela OMS Organização Mundial da Saude em 1993. Os transtornos de identidade de gênero que englobam travestis e transexuais permanecem classificadas na CID-10 considerando que, nesses casos, terapias hormonais e/ou cirurgia de redesignação de sexo são, algumas vezes, indicadas pela medicina.
A vasta quantidade de pesquisa sobre a formação de identidade sexual assume que a identidade finalmente adquirida será uma identidade heterossexual, ou seja, uma identidade centralizada em uma preferência sexual por membros do outro sexo. Entretanto, um número considerável de pessoas exibe preferências não-heterossexuais -ou seja, uma preferência por membros do seu próprio sexo como parceiros sexuais. Por isso, para lidar com a questão da identidade sexual, precisamos primeiro considerar a questão da orientação sexual.
A orientação sexual refere-se ao sexo em relação ao qual se tem sentimentos eróticos. A orientação sexual é claramente importante para a identidade com o papel do sexo, mas não se pode considerar que ela determine a identidade sexual. A identidade sexual também é influenciada pelas categorias de sexualidade presentes na cultura da pessoa e pelas atitudes da pessoa para com aquelas que se ajusta a essas categorias. Tantas categorias culturais da sexualidade quanto às atitudes culturais em relação a elas variam muito entre as sociedades e dentro das sociedades no decorrer do tempo.
Formação da identidade heterossexual
Durante os anos da segunda infância , quando a maior parte dos jovens prefere passar o tempo com membros do seu próprio sexo, o sentido do eu das crianças em geral depende muito de como as outras crianças do mesmo sexo reagem a elas. Em sua maioria, as crianças durante esse período são indiferentes ou hostis aos membros do outro sexo. Mais tarde, como resultado das mudanças provocadas pela puberdade, seu movimento baseado na indiferença ou no antagonismo para um movimento baseado na atração. O trabalho de Sigmund Freud tem tido uma influencia duradoura sobre a maneira de pensar dos psicólogos sobre esse processo. Os psicólogos freudianos encaram a adolescência como um período em que as crianças experimentam novamente os conflitos dos estágios anteriores, só que em novos aspectos. Em sua opinião, a menos que esses problemas sejam elaborados e resolvidos, a personalidade do adulto será distorcida. Segundo Freud, entre os problemas desenvolvimentais iniciais que devem ser reelaborados, é fundamental o desejo primitivo da criança de possuir o pai (caso se trate de uma menina) ou a mãe (caso se trate de um menino). A maneira usada pelas crianças pequenas para resolverem esse conflito, que Freud chamou de complexo de Édipo, é reprimir o desejo licito identificando-se com o genitor do mesmo sexo. Freud declarava que essa resolução infantil é essencial para a identificação adequada do papel do mesmo sexo.
Esses primeiros sentimentos edipianos são encontrados novamente na adolescência, mas a repressão e a identificação com membros do mesmo sexo não são mais as respostas adaptativas que eram no fim da fase de bebe. A puberdade, na opinião de Freud, redesperta o desejo sexual em uma época em que os adolescentes são plenamente capazes tanto de realizar os atos proibidos quanto de entender o tabu do incesto que lhes nega o genitor como um parceiro sexual.
Freud defendia que a combinação de desejo desperto e pressão social levam o adolescente a procurar pessoas fora da família para amar. A base para essa busca formou-se durante a experiência do grupo de pares da segunda infância, mas a reorientação do adolescente é, apesar disso, repleta de dificuldades. Para começar, a pessoa jovem tem tido pouca experiência de interação com os pares do outro sexo e virtualmente nenhuma experiência de amizade com pares como parceiros sexuais, portanto, novos modos de comportamento social terão de ser aprendidos. Em segundo lugar, uma mudança no objeto do afeto de um genitor para um par requer desligamento emocional da família, que tem sido a base da segurança emocional desde o nascimento. Reconhecendo a dificuldade dessa tarefa, Freud referiu-se a reorientação do afeto do adolescente como sendo “uma das aquisições psíquicas mais dolorosas do período da puberdade”.
Quando um adolescente concentra seus sentimentos sexuais e sua excitação em um sexo ou no outro, esses sentimentos tornam-se a base da construção de uma identidade sexual.
Formação da identidade não-heterossexual
Quando se esta se tratando da questão da orientação sexual do mesmo sexo, a primeira pergunta que surge é: o que faz com que uma pessoa seja sexualmente orientada para outras pessoas do mesmo sexo? Duas explicações biológicas para orientações sexuais do mesmo sexo atraíram a maior parte da atenção entre os psicólogos do desenvolvimento. A primeira é que uma orientação não-heterossexual tem base genética. Achados que parecem apoiar essa suposição vem de estudos realizados com gêmeos: as chances de ambos os membros de um par de gêmeos ser homossexual é duas a cinco vezes maiores entre gêmeos monozigóticos do que entre gêmeos dizigoticos. Outro achado dá suporte a hipótese genética é que tanto as mulheres lésbicas quanto os homens gays tem proporções mais altas de irmãos e irmãs que também expressam preferências do mesmo sexo do que homens e mulheres heterossexuais.
Esses dois resultados parecem indicar que os fatores genéticos desempenham um papel na determinação da orientação sexual de um individuo. Entretanto, se os genes fossem toda a historia, seria possível esperar que todos os gêmeos monozigoticos fossem semelhantes nesse traço, e isso não acontece. Alem disso, os dados não explicam como os genes operam para influenciar a orientação sexual de uma pessoa.
A segunda explicação biológica para uma orientação não-heterossexual que recebeu ampla atenção concentra-se no papel dos hormônios no desenvolvimento pré-natal.
Durante os últimos seis meses do desenvolvimento pré-natal, a presença da testosterona serve para suprimir a atividade rítmica natural do cérebro. Se a testosterona estiver ausente, a glândula hipófise estabelece o padrão cíclico da secreção hormonal característica da mulher. Na maior parte dos casos, os efeitos dos andrógenos no cérebro fetal são complementares ao sexo genital do feto. Entretanto, se por alguma razão, o feto masculino é insensível aos andrógenos, ou se o feto feminino é exposto a andrógenos durante o período crítico, quando alguns caminhos neurais estão-se formando, pode ser que se torne mais provável uma preferência pelo mesmo sexo nos parceiros sexuais.
Boa parte da pesquisa conduzida para demonstrar os efeitos dos hormônios sexuais sobre o cérebro e sobre o comportamento sexual subseqüente foi conduzida com animais. As fêmeas que forma expostas a andrógenos no útero é mais ativas que as outras fêmeas, e tentam montar nos outros animais. Os machos que são desprovidos de andrógenos mostram comportamentos de acasalamento feminino e se apresentam para ser montados.
Um estudo recente realizado com mulheres adultas que forma expostas à droga DES(diestilestilbestrol) no útero presta apoio adicional a essa hipótese. O DES, que agora foi proibido devido a seus efeitos cancerígenos é um hormônio sintético que foi dado a mulheres grávidas que corriam o risco de abortamento. A suspeita de que a droga afetava o desenvolvimento sexual, aumentando a produção de andrógenos masculinizantes durante o período de organização cerebral do feto levou os pesquisadores a compararem as mulheres que foram expostas à droga no útero com um grupo de mulheres de idade e historia medica similares que não foram expostas à droga. Como foi esperado, as mulheres que foram expostas ao DES no útero tiveram uma pontuação mais elevada nas avaliações de orientação homossexual e bissexual do que seus pares que não foram expostos a droga.
Também foram oferecidas explicações ambientais para uma orientação não-heterossexual concentrando-se nas maneiras como a orientação sexual são aprendidas. Uma hipótese antiga é que os adolescentes podem assumir uma orientação não-heterossexual porque foram seduzidos quando pequenos por um individuo mais velho-gay, lésbica ou bissexual. Embora algumas lésbicas gays ou bissexuais possam ter sido seduzidas por uma pessoa do mesmo sexo quando eram pequenos, entrevistas realizadas com lésbicas e gays constataram que a maior parte deles não participa de atividades do mesmo sexo senão depois que se tornam conscientes da sua atração. Uma hipótese relacionada é que uma orientação não-heterossexual é o resultado de uma espécie de impressão sexual. Segundo essa teoria, se os primeiros encontros sexuais de uma pessoa forem com alguém do mesmo sexo, a excitações sexuais se tornara associada a membros do seu próprio sexo.
Como, na verdade, as primeiras explorações sexuais de muitas pessoas ocorrem com membros do seu próprio sexo, essa hipótese não consegue explicar por que muitas pessoas desenvolvem uma orientação heterossexual.
Embora se acredite que a atividade não-heterossexual seja disseminada, somente uns números pequenos das pessoas que nela se envolvem se identifiquem como gays lésbicas ou bissexuais. Devido a essas disparidades, vários pesquisadores contemporâneos fazem a distinção entre (1) ter uma orientação não-heterossexual, (2) envolver-se em um comportamento sexual com alguém do mesmo sexo e (3) assumir uma identidade não-heterossexual. Em sua opinião uma identidade não-heterossexual envolve uma interação de influencias biológicas e ambientais.
Uma teoria interacionista que tem recebido atenção concentra-se na auto-rotulação. Segundo esta opinião, “as crianças cuja aparência e maneirismos se assemelham ao do sexo oposto tornam-se confusas sobre sua identidade sexual e essa confusão aumenta suas chances de se sentirem atraídas por membros do seu próprio sexo”.
Ou seja, os meninos cujo comportamento é percebido pelos outros como feminino e as meninas que são vistas como moleques e cujo comportamento não é considerado feminino tem maior probabilidade de passar a pensar em sis mesmos como diferentes dos outros membros do seu sexo.
Devido a essa diferença, elas passam a se rotular como gays, ou lésbicas ou bissexuais. Em apoio a essa hipótese, a pesquisa tem mostrado que meninos muito femininos tornam-se gays ou bissexuais. Embora haja menos pesquisas sobre meninas masculinizadas, a pesquisa existente sugere que embora muitas se tornem heterossexual, há uma chance maior que a media de se tornarem lésbicas.
Vários intelectuais defendem que devido a enorme diversidade entre os indivíduos não heterossexuais, é razoável supor que a origem e o desenvolvimento da orientação e da identidade sexuais variam muito de uma pessoa para outra. Para alguns indivíduos não-heterrosexuais, a biologia pode desempenhar um papel preponderante, para outros, a aprendizagem ou o meio social em que se encontra em um determinado período das suas vidas pode ser o fator-chave.
Estágios da formação da identidade não-heterossexual
As regularidades desenvolvimentais na seqüência através da qual uma pessoa forma uma identidade não-heterossexual tem inspirado em muitas sociedades tentativas de descrever estágios. Richard Troiden ofereceu um modelo de estágios da formação da identidade que se ajusta a experiência de muitos gays norte-americanos nas ultimas décadas.
Estagio 1: Sensibilização; sentir-se diferente. Em relatos retrospectivos, os homens com uma orientação homossexual frequentemente dizem que durante a segunda infância tiveram experiências sociais que fizeram-nos sentir diferentes das outras crianças e que serviram, mais tarde , para tornar a homossexualidade pessoalmente importante para eles, embora supusessem na época ser heterossexuais. Comentários típicos são: “eu não conseguia suportar esportes, então, naturalmente isso me tornou diferente. Uma bola atirada em mim era como se fosse uma bomba”, “ eu simplesmente não me sentia como os outros meninos . eu adorava coisas bonitas como fitas, flores, musicas.”
Estagio 2: auto-reconhecimento, confusão de identidade. Quando esses meninos entram na puberdade, percebem que se sentem atraídos por membros do mesmo sexo e começam a rotular esses sentimentos como homossexuais. Esse reconhecimento é a fonte de uma enorme desordem interna e confusão de identidade. Não conseguem mais considerar suas identidades heterossexuais como estabelecidas e sabem que os indivíduos homossexuais são estigmatizadas.
No meio ou no fim da adolescência, eles começam a acreditar que são provavelmente homossexuais porque não tem interesse nas atividades heterossexuais de seus pares. Muitos adultos homossexuais lembram-se da adolescência como uma época em que eram solitários e rejeitados socialmente. Essa situação psicológica e pessoal perturbadora provoca negação e tentativas de racionalizar sua orientação sexual diferente de maneiras socialmente aprovadas.
Estagio 3: assumindo a identidade. Algumas pessoas jovens que tiveram experiências homossexuais e reconhecem que preferem as relações sexuais com pessoas do seu próprio sexo não explicitam sua preferência. Muitos outros , no entanto, saem do reconhecimento privado da sua preferência homossexual para admiti-la abertamente ,pelo menos para outros homossexuais. Embora a identidade homossexual seja assumida durante os primeiros estágios desse processo, ela frequentemente não é totalmente aceita.
Os jovens que adquiriram esse nível de identidade homossexual lidam com isso de varias maneiras. Alguns tentam evitar contatos homossexuais e tentam passar por heterossexuais porque tem medo de serem estigmatizados. Outros adotam os estereótipos dos homossexuais da sociedade mais ampla e se comportam de maneiras extremas que se ajustam a esses estereótipos. Outros ainda, começam a se posicionar dentro da comunidade homossexual de uma maneira reservada.
Estagio 4: compromisso, integração da identidade. Esse nível final é atingido por aqueles que adotam a homossexualidade como um modo de vida. A integração da identidade é indicada por uma fusão da própria sexualidade e dos compromissos emocionais, através de expressões de satisfação com a própria orientação e pela revelação publica da sua identidade homossexual.
Troiden observa que o compromisso com uma identidade homossexual pode variar de fraca para forte, dependendo de fatores como o sucesso do individuo em formar relacionamento pessoais satisfatórios, ser aceito por sua família e ter uma boa atuação no trabalho ou na carreira.
Precisa ser enfatizado que uma seqüência de mudanças na identidade sexual como aquela descrita por Troiden não deve ser considerada universal. Em algumas sociedades e em outras épocas na história, o comportamento sexual de adolescentes do mesmo sexo não era considerado como expressão de uma identidade sexual para a vida toda. Ao contrario tem sido interpretado de varias maneiras tais como uma resposta necessária a uma pratica cultural de segregação sexual, como uma maneira de aprender sobre o sexo, como parte do ritual de se tornar adulto, ou como uma explicitação divertida de atração sexual por pessoas que tem um excesso de energia sexual.